Mesotelioma é um tumor maligno da pleura (camada de revestimento do pulmão e da cavidade torácica), ou do peritônio (camada de revestimento do abdome), que na maioria dos casos é causado pela exposição prévia ao asbesto (amianto).
Causas, incidência e fatores de risco
O mesotelioma é um tumor difuso, mais freqüente em homens do que em mulheres. A exposição ao asbesto é o maior fator de risco para o desenvolvimento deste tipo de tumor.
No Brasil, trabalhadores são expostos ao asbesto nos vários segmentos da indústria e na mineração (fibrocimento).
Aproximadamente 10% dos trabalhadores expostos ao asbesto desenvolvem a doença. O período latente entre a exposição ao asbesto e o início dos sintomas pode variar de 20 a 40 anos.
Em geral, a idade média de início dos sintomas e diagnóstico é ao redor dos 60 anos. É um tipo de tumor que pode se disseminar rapidamente e invadir o pericárdio (membrana que envolve o coração), o mediastino e a pleura contralateral.
A diferenciação entre o mesotelioma e outros tipos de tumores (como por exemplo, o adenocarcinoma) ou outras doenças da pleura, pode ser difícil mesmo quando se examina o tecido coletado por uma biópsia de pleura (fechada ou aberta).
Portanto, é importante que a análise do material, na suspeita desta doença, seja feita por patologistas experientes. Também é fundamental que durante a investigação diagnóstica sejam referidas todas as atividades ocupacionais do paciente, por menor tempo que elas tenham sido exercidas. A história ocupacional do paciente é de suma importância para o diagnóstico definitivo da doença.
Sintomas
Os principais sintomas são: tosse, falta de ar, dor torácica progressiva e perda de peso. Este tipo de tumor está normalmente associado ao derrame pleural.
Diagnóstico
O diagnóstico definitivo de mesotelioma é feito através da associação da história clínica e ocupacional, avaliação de imagem e análise anátomo-patológica do fragmento de pleura.
Na análise da radiografia de tórax podemos encontrá-lo junto com derrame pleural e/ou espessamento pleural.
A tomografia de tórax confirma o espessamento circunferencial inclusive da pleura mediastinal e da presença de derrame pleural ou possíveis metástases no pulmão, mediastino ou mesmo da parede torácica.
A tomografia por emissão de pósitrons (PET SCAN) é hoje uma importante ferramenta no diagnóstico e estadiamento do mesotelioma.
A biopsia do tecido pleural pode ser feita fechada (por agulha de Cope) ou aberta (por toracoscopia).
Tratamento
São feitas tentativas de tratamento, geralmente paliativas que não conseguem curar a doença. Pode-se recorrer à cirurgia, radioterapia ou quimioterapia ou tratamento combinado (cirurgia quimio e radioterapia). Os tratamentos de suporte, incluindo o alívio da dor e o oxigênio, podem minimizar os sintomas. O objetivo maior é manutenção de uma qualidade de vida adequada. A participação do paciente em grupos de terapia de apoio, para compartilhar experiências e problemas em comum, pode reduzir o estresse causado pela doença.
Prognóstico
A média de sobrevida é 8 a 14 meses. Aproximadamente 75% dos pacientes morrem dentro de um ano após o diagnóstico, com uma mínima variação na dependência na terapêutica instituída (análise caso a caso).
Prevenção
Deve-se evitar a exposição ao asbesto. É também recomendável a indicação de uma triagem com radiografia de tórax para os trabalhadores expostos ao asbesto.
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