Rosemira Nayla

Rosemira Nayla
Eu

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Inflamação Crônica...


"Reação tecidual caracterizada pelo aumento dos graus de celularidade e de outros elementos teciduais, diante da permanência do agente agressor".

A inflamação crônica é caracterizada pelos fenômenos proliferativos, com formação de fibrose.

Quando o agente agressor não é destruído prontamente ou o material necrótico não é reabsorvido ou eliminado (abscessos por exemplo), ocorre a inflamação crônica.

A inflamação crônica ocorre nas seguintes situações:

  1. Infecção persistente por certas bactérias como por exemplo o bacilo da tuberculose
  2. Exposição prolongada a determinadas substâncias irritantes tais como a sílica
  3. Reações autoimunes como por exemplo no lupus eritematoso sistêmico

Características morfológicas

  1. Infiltrado inflamatório por células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos)
  2. Destruição tecidual que é produzida pela persistência do agente agressor ou pelas células inflamatórias
  3. Tentativa de reparo que produz tecido conjuntivo.

Os macrófagos são as principais células da inflamação crônica e acumulam-se no foco inflamatório por três mecanismos:

  1. Quimiotaxia
  2. Proliferação de macrófagos no foco inflamatório
  3. Liberação no foco inflamatório de um fator de inibição da migração de macrófagos, que os impede de abandonar o foco inflamatório

Outras células importantes na inflamação crônica são:

  1. Linfócitos - mobilizados em reações imunes (T e B) e não imunes. Interagem com os macrófagos.
  2. Eosinófilos – são particularmente abundantes nas reações imunes mediadas por IgE e nas parasitoses
  3. Mastócitos – são células abundantes no tecido conjuntivo e que podem liberar histamina, particularmente nas reações anafiláticas a drogas, venenos de insetos e reações a alimentos
  4. Leucócitos polimorfonucleares – embora sejam mais característicos das inflamações agudas, podem ser encontrados também nas inflamações crônicas.

As inflamações crônicas podem ser divididas, sob o ponto de vista anátomo-patológico, em inflamações crônicas específicas (granulomatosas) e inespecíficas.

As inflamações específicas são caracterizadas pelos granulomas, que são acúmulos localizados de macrófagos e macrófagos modificados, (células epitelióides e células gigantes inflamatórias). Os granulomas podem ainda apresentar outras células tais como linfócitos, eosinófilos e fibroblastos, além de necrose e do próprio agente agressor.

Há dois tipos de granulomas: granulomas tipo corpo estranho e granulomas imunes.

Os granulomas tipo corpo estranho são provocados por corpos estranhos (fios de sutura por exemplo) relativamente inertes e que não provocam resposta imune. O exame histológico destes granulomas permite ver o corpo estranho no seu interior.

Já os granulomas imunes são causados por agentes, insolúveis ou de digestão difícil, capazes de provocar uma resposta imune celular.

Neste tipo de resposta, os macrófagos ingerem o material estranho e apresentam-no aos linfócitos T, que são então ativados, produzindo citocinas, ativando outras células T e outros macrófagos.

O estudo histológico dos granulomas é importante pois algumas doenças tais como a tuberculose, esquistossomose e a blastomicose podem ser diagnosticadas quando os seus agentes etiológicos são encontrados no granuloma.


Na imagem observamos uma paciente com Lupus Eritomatoso Sistêmico...

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